O massacre de São Roque







 

Sinopse: A encantadora cidade de São Roque, município localizada em São Paulo é o palco da besta assassina que busca vingança. O mostro usa a noite como cumplice para iniciar sua horripilante e sangrenta retaliação. O homem não é nenhum iniciante e os que fizeram esse se tornar um matador, pagarão com suas vidas. O amante da noite exige pagamento com sangue e nada o fará parar.




Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito. ( Machado de Assis) 










Parte 1:

O bairro jardim Guaçu é localizado em São Paulo, município da grande São Paulo. Os amantes da tranquilidade e natureza com certeza vão amar esse deslumbrante lugar. O encantamento com a música dos passarinhos, arvores entocáveis e o ar virgem que os pulmões se alegram, faz esse bairro muito agradável e calmo, mas toda noite esse solo puro é manchado com o sangue derramado pelo carrasco de São Roque. A besta que usa a marca de pé de pato.

Parte 2:

Posso sentir o medo da minha vítima, o gosto gélido da morte que esse momento proporciona. A vingança que eu esperava é algo que minha alma implorava. O miserável que destruiu minha vida, implora por misericórdia, mas quando eu era criança o desgraçado não teve pena nem de mim e nem de minha mãe.

— Choras agora seu porco. — O homem tinha uma máscara de hóquei no rosto, é um individuo grande, corpulento e de pele escura.

— Piedade, eu te imploro. — A vítima estava com o rosto todo deformado de tanto apanhar.

— Como a vida é engraçada, esses foram as palavras ditas por mim naquela noite. — O homem pegou um facão enorme e o cortou seu peito direito.

— Miserável!! — O homem sentia um líquido quente sair de seu corpo.

— Peça perdão pelos seus pecados e que a morte não tenha pena de você. — O homem pegou um marcador de gado e o acertou nas costas.

— Como dói!! — O rapaz uivou de dor.

— Adeus... canalha. — O homem o cortou a cabeça da vítima, fazendo ela rolar por alguns metros.

O algoz viu o corpo decapitado e sentiu uma felicidade escomunal. Ele foi até um tipo de cova e pegou sua marca.

— Que todos saibam quem fez isso! — O homem aplicou novamente sua marca na barriga de sua vítima, mas o morto nada sentiu.

A marca era inconfundível, um pé de pato grafado na pele clara do homem. O assassino cavou uma cova e jogou o corpo dentro daquele buraco, partindo em seu cavalo mata a dentro.

Parte 3:

O assassino desceu de sua montaria e logo a chuva começou a cair. O tempo parecia temer o pé de pato. Aquela chuva parecia lágrimas do céu. O mostro olha para uma casa com olhos vidrados em puro ódio.

— Hoje esmagarei mais um cão desse mundo. — O homicida ri por de trás da máscara. — O desgraçado que me fez sofrer, hoje terá a marca da besta! — Um raio corta o céu.

A campainha toca em uma pequena casa com a telha de cerâmica e um homem de pele escura abre a porta. O soco que ele leva no rosto é com tamanha violência que o faz voar por alguns metros.

— Boa noite, doutor. — O homem tinha seu rosto coberto por uma máscara de hóquei, entra na pequena propriedade.

— Pelo amor de deus, os meus filhos estão dormindo no quarto. — O homem tentou se levantar.

— O engraçado que você não teve pena do meu pai, quando matou ele em um acidente de carro. — O homem o levantou e o jogou para fora da casa.

— A minha nossa!! Eu me lembro, bebi e peguei o carro... o erro que me arrependo até hoje. — O homem se levantou.

— O erro que custara sua vida. — O homem pego seu facão e o cortou na canela, fazendo a sua presa uivar de dor.

O carrasco senti seu pelo se levantar num ato de adrenalina viciante, seu coração dispara numa batida frenética, como se fosse varias batidas de um tambor.

— Matar é bom!! — O assassino o acerta uma cabeçada em seu nariz, fazendo o homem perde a consciência.

Parte 4

O mostro coloca sua presa ainda viva em seu cavalo e parte para seu covil, localizada a alguns minutos dali.

Como eu sinto prazer na morte das minhas vítimas, algo dentro de mim pulsa de alegria e me faz sentir uma adrenalina incontrolável. A minha marca é única e incontestável.

O local vai sendo aproximado e a presa consegue voltar de seu pesadelo.

— Onde estou?! — A presa senti suas mãos amarradas com uma corda, o nó é tão apertado que pode senti seu pulso latejar.

— Está indo para sua morte... cão! — O assassino ri por de trás da máscara.

— Seu covarde!! Seja homem e lute comigo. — O homem fala desesperado, não existia mais razão naquele grito.

— A sua opção foi selada quando decidiu beber, pegar o carro e matar meu pai. — Ele fala de forma fria.

— Eu me arrependo, pelo amor de deus eu te imploro. — O rapaz chora e seu catarro se mistura a seu choro.

O carrasco desce do cavalo e abre o portão dos fundos, que da acesso de forma direta e mais discreta para seu cemitério particular. A chuva cai com ferocidade, um raio corta o céu, assustando o cavalo que derruba a presa no chão. A vítima rola no terreno lamacento e consegue ficar de pé.

— Achas que não lutarei pela minha vida!! — O rapaz consegue corta a corda é grita em direção de seu capturador.

—Corra, mas corra muito!! — O homem acerta seu facão na grama, cortando por inteiro.

O homem não pensou duas vezes e corre em linha reta, mas parecia não ter fim aquele caminho. O portão estava aberto e ele corre, mas o medo parecia tirar o ar de seus pulmões, suas pernas pareciam ser feitas de chumbo. O homem escuta o barulha do cavalo vindo de trás e sua espinha gela, como se tivesse mordido gelo. O sujeito se jogou no matagal próximo e teve seu pé perfurado por uma estaca de madeira.

— Cristo do céu!! — O homem mordeu seu dedo para tentar abafar o grito.

O cavalo do assassino parou a poucos metros e pode escutar o respirar do animal.

Parte 5:

O homicida desceu do cavalo e olhou com atenção para o matagal, mas mesmo com muita atenção, nada via. Ele passou o facão na grama e começou a cantarola.

— Dom! Dom! Dom! Pé de pato vai pegar você!!! — O assassino tinha a voz no tom de um apagador quando risca o quadro.

O mato se mexeu e o mostro atingiu o matagal com toda fúria possível, mas só conseguiu atingir a lama, fazendo seu facão ficar preso.

— Miserável!! — A vitima conseguiu acerta um chute na barriga de seu carrasco, mas o pé jorrou sangue.

—Achei. — Pé de pato pareceu nem sentir o chute.

— Porco!! — A vítima ignorou a dor e tentou acerta um soco, mas seu perseguidor é enorme, desvia do soco e acerta um tapa no rosto, fazendo voar.

— Ah! Ah! Ah! O porquinho está com a pata ferida. — O gigante ri muito alto.

O homem se recupera do soco e se arrasta pelo chão lamacento, pega um pedaço da estaca de madeira, mas o pé de pato é mais rápido e o acerta no ombro com seu facão.

— Socorro!! — O homem gritava em pânico.

— Grite mais alto. — A criatura pego seu marcador de gado e o aquece.

— Socorro!! — O homem chora tanto que soluça.

— Socorro! Socorro! Socorro! — Pé de pato grita ironizando. O último grito, ele uiva no ouvido do homem.

— Pelo amor de deus, desculpe. — O homem se ajoelha.

—Que o diabo te carregue. — Pé de pato queima as costas do homem, com sua marca.

— Como dói.

A pele tinha a marca tradicional, um pé de pato marcado com um marcador de gado. A pele chamuscada emitia um brilho fascinante. Aquele desenho na pele da vitima fazia ele sentir prazer.

— Contemplem minha marca. — O assassino estava tão feliz que beijou a marca, queimando seu lábio.

A vítima mesmo ferida consegue acerta a perna do seu capturador e o derruba no chão. O rapaz estava tão desnorteado que em vez de fugir, ele acaba voltando para o cemitério.

— A sua fuga só me deixa com uma ânsia incontrolável para sentir o gosto de seu corpo gelado, seu musculo se dilatando e sua vida sendo sugada pela morte. — Pé de pato acerta seu facão no chão com tamanha violência que abriu um buraco no chão.

Parte 6

A besta assassina de São Roque tinha sede de sangue e subiu em seu cavalo, partindo com velocidade para a caça de sua vítima. O carrasco entrou em seu cemitério particular, os corpos o fizeram sentir excitação. Um dos corpos estava com a barriga aberta e tinha ratos mortos dentro dele. Os roedores tinham devorado parte do fígado do morto. O pé de pato se aproxima dos ratos e pegou um com suas mãos. O homem tirou sua mascara e se lambujou com os ratos.

— Como isso é bom, parece carne ao molho. — O homicida lambia seus dedos.

O assassino se levanta e tinha sua boca suja ainda de sangue, quando colocou sua máscara de hóquei.

— Dom! Dom! Dom! — O homem passava seu facão rente a grama. — Pé de pato vai pegar... — A vítima correu em pânico. — Você!!!

O mostro correu em direção a sua vitima e o cortou as duas pernas, na altura do joelho.

— Ah! Ah! Ah! — Pé de pato riu.

— Filho da puta!!! — O homem olhou para o chão, mas não viu suas pernas.

— Essa marca é única. — O pé de pato olha admirado.

— Poupe de tanto sofrimento, me mate logo. — O indivíduo coçava seu joelho.

— Antes, saberá minha próxima vítima... Maria!! — O matador riu alto.

— Por deus... não!!! — O homem se arrastou no chão e um raio explodiu no céu.

— Ela pagará pelos pecados dos que me fizeram sofrer. — O assassino o fitou nos olhos.

— Ela era só uma criança, não teve culpa. — O homem segurou o pé do matador.

— O sangue podre dela, causou minha ruina.

— Ela não teve culpa, sou o responsável por matar seu pai. — O homem chorava.

— Que sua passagem para o além seja a pior possível. — Pé de pato o cortou a garganta, fazendo o homem engasgar no próprio sangue.

Parte 7:

A noite chega ao fim, horrorizada por encobertar seu cumplice. O sol sai timidamente no céu, talvez com medo do pé de pato. O carrasco sobe em seu cavalo e parte para sua fazenda, um lugar próximo de seu matadouro. O homem entra em uma pequena casa com três cômodos e se joga no sofá.

— Falta um. — O homem olha para as fotos na parede.

A parede estava repleta de fotos de pessoas. Uma foto continha um homem com uma barba a fazer, seu olho estava vermelho e varias latas de cerveja ao seu lado. Uma mulher gravida ao lado desse homem com uma expressão triste e uma criança que deveria ter por volta de nove anos, sua expressão era de choro.

— Esses eram para ser a minha família, meu padrasto, minha mãe e eu. — O matador tira sua máscara.

O homem se levanta, vai até um DVD velho e coloca um CD no leitor.

— Marido, onde vás?! — A mulher tinha seu bebe no colo.

— Eu... — O homem estava tão bêbedo que caiu no sofá.

— Olha seu estado! — A mulher gritou.

— Cala a boca, vadia. — O homem se levanta e a acerta um tapa no rosto.

— Não toque em minha mãe, bruto!!! — O menino chuta a canela do homem.

— Atrevido!! — O padrasto do menino o bate com um cinto.

— Não!!! — A mulher grita e senti uma dor forte na barriga.

— Mãe... o bebe! — O garoto grita.

— Perca seu ratinho. — O homem da um soco na barriga da mulher.

— Ai!!! — A mulher senti uma dor forte na barriga e desmaia.

— Desgraçado!!! — O homem ataca o homem, que tem o triplo do seu tamanho.

— Ah! Ah! Ah! — O homem o acerta um soco.

— Piedade, eu te imploro! — O menino chorava.

— Peça perdão pelos seus pecados. — O homem o acerta com um pedaço de madeira no rosto. Fazendo o garoto perde a consciência.

O filme chega ao fim e o homem, por incrível que pareça, deixa uma lágrima cair.

— O meu padrasto tirou a chance de eu ter uma família... perdeu a vida!! — O homem se levantou e socou a mesa.

O assassino se levanta e ver as fotos da batida que tirou a vida de seu pai.

— O único membro da minha família que restou, foi ceifado de mim. — O matador tinha seus olhos vermelhos.

A outra foto mostrava seu pai sem vida numa prateleira fria do necrotério.

— Ah meu pai! Assassinado friamente por um desgraçado que misturou bebida com o carro. Maldito seja aos que misturam bebida ao volante!!! — O homem quebrou um jarro no chão.

O homem olha para a foto de uma criança e senti raiva.

— A menina que causou indiretamente a morte de meu pai.

O homem pega a foto dela adulta e risca um X vermelho nela.

— Maria... o nome do fruto proibido. — O homem rasga a foto com fúria. — Irei dormir, pois a noite a vingança estará completa.

Parte 8:

O assassino dorme e em seu sonho ver seu pai sentado numa mesa, a seu lado sua mãe e no centro da mesa, ele. A mesa estava cheia de comida e todos pareciam felizes.

— Feliz natal!! — O pai estoura uma garrafa de champanhe e grita.

— Feliz natal!! — A mãe abraça seu filho e o pai entra nesse carinhoso momento.

— Vamos marido, pode servi a ceia. — A mulher o beija.

— Claro. Filho vai querer o que? — O homem fala com um sorriso no rosto.

— Pai! Pai! Pai! Não... — O garoto grita e o assassino acorda todo suado. —Malditos sonhos. — O homem olha para fora e vê o sol indo embora. — Hora de trabalhar. — O assassino pega suas coisas e parte com o cavalo.

Parte 9:

O carrasco chega em uma propriedade rodeada por portão, mas toda fortaleza tem sua fraqueza e ele sabia onde explorar. O lado esquerdo daquele muro foi feito mais baixos que os outro, possibilitando o matador entrar. O assassino sabe que Maria tem dois cachorros de proteção, mas o homicida não se abala. Os cachorros latem, alertando o homem de um possível ataque.

— Cães imbecis. Vocês alertam do ataque... eu não! — O homicida atira nos cachorros com uma arma com supressor de som.

O matador entra na propriedade e tenta entrar pela porta principal, mas essa estava fechada. O individuo então tenta arrobar a porta, que dispara o alarme.

— Merda!! — O assassino corre para se esconder.

— Quem está ai?! — Uma mulher de meia-idade, morena e de cabelo curto, falou.

A mulher abriu a porta e olhou a cena de seus cachorros mortos horrorizadas. A mulher que estava com roupa de dormi se aproxima dos animais.

— Quem foi o mostro que fez isso?! — A mulher se ajoelhou e pegou um dos cães no braço.

— O pé de pato!! — O assassino pulou na sua frente com agilidade.

— Quem diabos é você?! — A mulher se levantou.

— O cara que vai te matar. — O carrasco a pegou pelo pescoço e a acertou uma cabeçada.

— Que isso?! — Maria sentiu um liquido sair de seu nariz.

— Você é uma semente de uma traição, que causou a morte de meu pai. — O matador de São Roque pega sua marca.

— Socorro!!! — A mulher grita e pega seu celular.

— Nada disso! Nossa festa é particular. — O homem toma o celular da mão de Maria.

— Bruto!! — A mulher grita.

— Sinto a marca de seu matador. — O homem acerta a mulher na coxa e aplica sua marca.

— Mostro!!! — Maria uiva de dor.

— Contemplem minha arte. — O homicida ria.

— Essa é a marca que a polícia me mostrou, quando meu pai foi assassinado. Você é a besta de São Roque? — Maria sentia sua perna queimar.

— Sou eu, o pé de pato. — O homem fez uma reverencia de forma irônica.

— Sua vingança é destruir minha família?! — Maria grita em pé.

— Seu pai matou o meu. O desgraçado bebeu, dirigiu e assassinou o meu.

— O meu pai era uma pessoa boa, mas coisas ruis aconteceram nesse dia para ele.

— Eu poderia ser uma pessoa boa, mas coisas ruis aconteceram comigo.

— Como? — Maria viu um brilho no gramado e aquilo era uma pistola.

— A minha mãe perdeu seu filho e ficou doida, sendo internada em um manicômio. O meu pai foi morto covardemente por um bêbado de merda.

— O meu pai bebeu para afogar sua traição. — Maria deu um passo em direção a arma.

— Sim eu sei, mas não te contaram toda a história. — O assassino colocou seu facão na garganta de Maria e ela gelou.

— Como?! — Maria deu um passo para trás e pode sentir a arma com seu pé.

— Seu pai descobri que você é filho de uma traição e esse foi o real motivo de ele ter bebido. — O pé de pato passa o facão rente a coxa de Maria.

— Mentira!!

— Ah! Ah! Ah! — O mostro tenta golpear, mas ela desvia e pega a arma.

— Como posso ser filho de uma traição, se ele me adotou. Fui encontrada em uma lata de lixo, suja e chorando. Como posso ser filha de uma traição, cão?! — Maria coloca a arma na garganta de seu perseguidor.

— Como?! — O assassino sentia tontura.

— Fui adotada! O meu pai salvou a minha vida. Ele pesquisou e encontrou o homem que me jogou no lixo. Sabe o que ele disse? Sabe?! — A mulher chorava e tinha seus olhos em lágrimas.

— Não faço ideia. — O homem tinha um sorriso no rosto.

— Ele me disse que surrou sua mulher e depois pegou a criança em sua barriga e a jogou fora. — A mulher deu um soco no pé de pato.

— Oi?! — O assassino ouviu aquela noticia como se estivesse levado uma facada no estomago.

— Essa é minha história, seu assassino. O homem era a única família que eu tinha e você o tirou de mim. — Maria colocou o dedo no gatilho e atirou.

— O engraçado é que você não tirou a trava. — O indivíduo tirou a arma da mulher.

O assassino tentou acerta sua faca no pescoço dela, mas ela desviou. Maria correu para dentro da casa e subiu uma escada que da acesso ao segundo andar.

— Corra coelhinha, corra. — O homem ria por de trás da máscara.

O mostro entrou na casa e sobe as escadas.

— Dom! Dom! Dom! Pé de pato vai pegar você — O homem olhou, mas Maria não fez qualquer barulho que indicasse sua posição.

O individuo anda pela casa e encontra a porta aberta.

— Achei. — O homem abre a porta.

— Porta errada. — Maria acertou uma garrafada na cabeça do homicida, fazendo ele perder a consciência.

Parte 10:

O homem acorda com a cabeça ensanguentada.

— Filha da mãe. — O homem passa a mão na nuca.

O pé de pato olha para o lado e vê a casa vazia, mas próximo dele encontra uma carta.

Eu não sou assassina, não terei essa morte em minha consciência. A você... vá procurar sua verdade.

Assinado: Maria

O homicida lê a carta mais uma vez e aquela parte "vá procurar sua verdade", o corre.

— Será que... — O assassino suspende o ar, como se estivesse levado um soco na boca do estomago. — Não é possível, mas só uma pessoa pode revelar toda a verdade, a louca que me deu à luz.

Parte 11:

O manicômio da cidade é um lugar com aparência fantasmagórica e assustadora, mas o homem que entra lá e o filho do medo e irmão da morte. A parede estava bem desgastada, tinha teia de aranha na entrada, arvores tão secas e mortas que o sol lançava seus raios como um ato de desespero para ressuscita-las. A jardim que cercava o local só dava vida para apenas um tipo de planta, as ervas daninhas que amavam o local. O filho do medo, aproveita o dia para visitar a mulher que ele um dia chamou de mãe. A recepção do lugar tinha uma recepcionista mexendo no celular e um guarda dormindo em pé. O homem foi até a mulher que digitava com bastante agilidade.

— Olá, gostaria de falar com a paciente do quarto 901. — O homem tinha uma blusa de hóquei do time Chicago Blackhaws e um short marrom.

— Quem deseja? — A mulher não tirou o olho do aparelho.

— Sou um parente.

— Parente de uma doida, engraçado. — A mulher mudou de dispositivo, agora digitava no computador.

— O que tem de engraçado? — O homem falou indiferente.

— Nada. — A mulher o entregou um papel com a permissão de acesso.

— Onde é o quarto?

— Siga o corredor. — A mulher apontou com o dedo, mas o olhar está voltado para o aparelho novamente, seu amante e seu melhor amigo.

— Obrigado. — O homem saiu sem esperar resposta.

O caminho até o quarto possibilitou um sentimento escapar da prisão que o mostro guardava a dez chaves, a compaixão. O caminho foi sendo percorrido e vários pacientes estavam nitidamente maltratados, tinham aparência esqueléticas, alguns estavam com fraldas sujas e o estopim foi uma cena que o carrasco explodiu de vez. Um paciente amarrado na cadeira com um tipo de cinto e tinha dificuldade em levantar a colher, devido a tremedeira eu sua mão. O senhor que devia ter por volta de sessenta e três anos, consegue levar a sopa até a boca, mas derrama o prato sobre a mulher. A mulher que deveria está auxiliando o doente, namora o guarda do local.

— Seu imbecil! — A mulher tem sua coxa queimada pela sopa.

— Idiota! — O guarda soca o velho no rosto.

— Desculpe, mas estou com muita fome. — O paciente tinha seu nariz sangrando.

— Não está vendo que estou ocupada. — A mulher passa a mão na genitália do guarda e esse ri.

— Fome!! — O homem passa a mão na barriga.

— Estás com fome?! — A mulher tirou a mão do segurança de suas nádegas.

— Imploro por comida.

— Então coma... cão. — A mulher pegou o resto da vasilha e jogou sobre o senhor.

— Ah! Ah! Ah! — A mulher riu.

— Estás vendo o senhor amarrado não seu imbecil?! — O assassino controlava para não matar os dois.

— O que te importa?! — O guarda pegou seu porrete e foi até o homem.

— Nada. — O homem coçou seu queixo e saiu andando.

— Por favor moço, ajude! — O velho gritou.

— Cala a boca seu nojento. — A mulher o cuspiu no rosto.

— Vamos fazer um trato? — O homem disse para o guarda.

— Fale. — O homem cuspiu em direção ao pé de pato.

— Trate esse homem muito bem. — Pé de pato tinha um olhar em puro sangue e ódio. — Caso contrário, receberam a visita do pé de pato. — O homem mostrou seu facão sobre a camisa.

— O que?! — O homem tinha a voz em pânico.

— Eu corto a cabeça dos dois, antes que possam dizer: "a merda". — O homicida riu loucamente.

— Você é o pé de pato?! — A mulher foi até o homem e roçou sua coxa nele.

— Sou a besta de São Roque. — O homem empurrou a mulher de leve.

— Nossa!! — A mulher falava encantada.

— Isso geralmente provoca medo nas pessoas e não admiração. — Pé de pato estava confuso.

— Eu gostaria de receber sua visita em minha casa. — A mulher abriu o decote de sua blusa.

— Ouviu o chefe, comida. — O doente cortou o flerte da enfermeira.

— Isso foi inusitado. — O assassino não sabia muito o que dizer.

— Vamos ao serviço. — O guarda puxou a mulher.

— Seu eu descobrir que algum de vocês maltratou os pacientes, iram receber minha visita e não será amistosa. — O homem olhou para o segurança que abaixou o olhar.

O carrasco se encaminha para a sala onde está sua mãe. A mulher está sentada em uma cadeira com um roupão branco, seu olhar está voltado para a janela que mostra o lado de fora do hospício.

— Olá. — Ele fala.

— Depois eu tomo os remédios. — A mulher tinha a voz em um tom depressivo.

— Olá... mãe. — O homem teve dificuldade em falar a ultima palavra.

— Filho!!! — A mulher pula da cadeira como se estivesse levado um choque.

— Precisamos conversar. — O homem falou sem emoção.

— A quanto tempo não recebo a visita do meu filho amado. — A mulher foi abraçar o filho, mas ele a empurrou com violência.

— Esse momento já passou velha! — O homem levantou a voz.

— Desculpe por deixar você passar por tudo isso sozinho.

— Você matou seu filho quando obrigou de forma indireta seu fruto conviver com seu marido por três anos.

— Perdão!! — A mulher chorava.

— O meu padrasto me obrigava a trabalhar até meus pés estarem em carne viva, bebia e me espancava diariamente, mas conseguiu fugir um dia. A minha mãe que deveria me proteger, fugiu. — O homem a pegou pelo pescoço.

— Filho, espancar... a família que busquei, o amor que morreu em mim. — A velha tinha seus olhos vermelhos de chorar e sua expressão era confusa.

— Rata imunda!!! — O homem a jogou no chão e pegou seu facão.

— Tu és o matador de São Roque. — A mulher o fitou nos olhos.

— Sou o vingador de São Roque, sua decrepita. — O homem controlou sua raiva e guardou o facão.

— Não busque vingança meu filho, pare com isso. — A mulher acariciou seu rosto.

— Não me toque, velha louca. O meu pai deveria está vivo e não um peso morto como você. — O homem acertou um tapa nela.

— Veio para me matar?! — A mulher estava encolhida no chão.

— Vim aqui para descobrir a verdade.

— Que verdade.

— Fale ou morra, a escolha é sua. — O homem riu diabolicamente.

— Eu não perdi o bebe, mas tive ele roubado de mim. O homem que você chama de padrasto fez isso.

— Continue...

— Por favor pare!! Não quero rever essas memorias. — A mulher se ajoelhou.

— Fale!!! — O homem gritou.

— O tempo passou e consegui fazer que pessoas aqui dentro me ajudassem a descobrir quem era minha filha.

— Fale o nome. — O assassino sentia seu coração disparar.

— Não devo.

— Fale, bruxa!! — O homem colocou seu facão na garganta dela.

— Maria!! O nome dela é Maria. — A mulher soltou o ar dos pulmões.

— Jesus!!! — O homem deixou seu facão cair no chão e desmoronou de joelho.

— Tem mais.

— Minha nossa. — O homem sentia seu joelho queimar.

— Sabe o motivo de o homem ter matado seu pai? — A mãe colocou sua mão no ombro do filho.

— Eu sei. — Ele ainda estava de joelho.

— Não... não sabe.

— Minha cabeça! O homem sentia sua cabeça explodir.

— O homem que matou seu pai, adotou Maria.

— Chega!!

— O homem descobriu que estava sendo traído. O amante da mulher era seu pai.

— Cobra venenosa!! Blasfemar contra um morto. — O assassino tentou socar ela, mas estava tão tonto que girou e caiu no chão.

— Ele me traiu por anos, mas descobri e esse foi o real motivo da separação.

— Para!! Minha cabeça dói muito. — O homem socava sua cabeça com força.

— Maria é sua irmã.

O sujeito tinha sua têmpora latejando e sua mãe continuou.

— Ela é o bebe desaparecido.

— Preciso pensar. — O homem saiu do manicômio desesperado e sabia que precisava encontrar Maria.

Parte 12:

O homem foi até sua casa e dormiu para a noite chegar e o brilho da lua logo chegar. O pé de pato colocou sua máscara, pegou seus itens e partiu em seu cavalo em busca de Maria. A casa dela é logo alcançada e o homicida parte para sua empreitada. O homem vê o portão aberto e entra no pátio que da acesso a casa. A morada está com as luzes apagadas e a porta da frente fechada. O lugar onde ficava os cães permanecia vazio. O carrasco olha para as janelas da casa e nada vê. A porta do lado dos fundos se encontrava aberta e o homem entra.

— Chegou a hora de termos uma conversinha... irmã. — O homem fala sozinho antes de entrar na casa.

O homem sobe até o segundo andar e vê uma cama. O individuo se aproxima e entra no quarto com seu facão em mãos, levanta a coberta e...

— Surpresa!! — Maria apareceu atrás do homem e tinha uma pistola na mão.

— Como?! — O homem levou um susto.

— Achas que deixei a porta aberta sem querer, imbecil!! — A mulher gritou.

— Precisamos conversar. — O homem se virou de forma cautelosa.

— Matou meu pai, agora veio me matar. — A mulher tirou a trava da arma.

— Aprendeu. — O homem riu.

— Vai andando! — A mulher foi levando o assassino de seu pai para o lado de fora da casa.

— E agora?! — O homem ria.

— Aquela carta foi um aviso!! — A mulher disparou duas vezes no peito do homem.

— Belo dispara... irmãzinha — O homem caiu na grama do pátio.

— O que me chamou?! — A mulher sentia sua visão turva.

— Sua história se completa com a minha. O bebe jogado fora é a minha irmã mais nova. — O assassino deixa cair uma lágrima.

— Não!!! Não pode ser!!! — A mulher jogou a arma no chão, como se estivesse segurando uma brasa.

— Pelo menos morrerei com uma família. — O homem tinha um sorriso no rosto.

— Não!! — A mulher tirou a mascara do rosto e o beija na testa.

— Poço morrer em paz. — O homem fechou os olhos.

O céu parece comovido com a cena e deixa cair lágrimas.

— Por que?! — A mulher grita aos céus e esse responde com um raio violento que explode uma arvore ali próximo.

A mulher abre uma cova em seu quintal e coloca o corpo de seu irmão ali.

— Um irmão que nunca tive. — A mulher chora sobre o corpo de seu falecido irmão.

Ela se aproxima do corpo do assassino de seu pai e o coloca nos braços. A mulher fica nessa posição por alguns segundos e o coloca na cova novamente.

— Que a morte tenha pena de você meu irmão. — Maria tampa a cova com a terra e coloca um tapete parecido com a grama sobre o local.

A mulher pega o cavalo do irmão e parte para bem longe.

A terra onde o pé de pato foi colocado começou a se mexer e uma mão brota da cova. 









Comentários

  1. Que medo do pé de pato!!

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  2. O final gelou minha alma! Que final!!

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  3. Essa capa é demaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaais !!!

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  4. Livro de terror muito bom, mas também tem reflexão que faz o leitor pensar em suas ações e toda ação gera consequência. O castigo sempre vem e reze para o punidor não ser o pé de pato.

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  5. "Eu sou um castigo de Deus. E se você não cometeu grandes pecados, Deus não teria enviado um castigo como eu". ( Gengis Khan )

    Essa frase serve perfeitamente para esse livro.

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  6. Minha xará é guerreira em... Toma pé de pato!!

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  7. Quem está curioso pelo motivo da capa, leiam o livro, pois tem uma significado e eu gelei quando descobri!!

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  8. aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa QUE FINAL!!!

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  9. Livro muito assustador e macabro

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  10. Gostei do livro, pois amo terror

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  11. Que final surpreendente. 😳😳🤯🤯

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  12. Não gostei, livro muito macabro.

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  13. Não gostei, livro muito pesado .

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  14. Sou teu fã, uma pena que não pública mais.

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  15. Livro maneiro. Nota 10!!

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  16. Livro macabro, porém tem qualidade na escrita e no enredo.

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  17. Conto interessante para quem gosta de terror.

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